Gastroenterologista do Cliom responde dúvidas sobre a intolerância à lactose
- Hospital Cliom
- 6 de set. de 2018
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A intolerância à lactose é a incapacidade que o corpo humano tem de digerir a lactose, que é um tipo de açúcar encontrado no leite e em outros produtos lácteos. Nas ruas, sempre ouvimos falar sobre esse assunto, que sempre traz dúvidas. Por isso, o Dr. Lucas Gama, que é gastroenterologista do Cliom respondeu todas as perguntas.
Segundo o médico, existem três tipos de intolerância. “Intolerância à lactose primária, resultado do envelhecimento, que é mais comum em pessoas de idade mais avançada. Intolerância à lactose secundária, resultado de alguma doença ou inflamação no intestino. E temos a intolerância à lactose congênita, quando a pessoa já nasceu com o problema, o que é muito raro”, explicou.
A causa da intolerância acontece quando o intestino delgado deixa de produzir uma quantidade necessária de enzimas lactase, cuja a função é quebrar moléculas de lactose e convertê-las em glicose e galactose. A presença da lactose no organismo, acontece após a ingestão de leite e seus derivados.
Para Dr. Lucas, existem alguns fatores de risco para a intolerância à lactose. “Uma delas é a idade, já que os anos vão passando, a chance de se desenvolver intolerância à lactose aumenta. Outra é a etnia, porque a intolerância é mais comum em negros, asiáticos, hispânicos e indígenas. O nascimento prematuro também é um fator, porque bebês nascidos prematuramente apresentam menos lactase no organismo e essa enzima aumento somente no final da gravidez. E as doenças que afetam o intestino delgado, que podem alterar a produção da enzima lactase, levando à intolerância, como doença de Crohn”, expôs.
Os sintomas da intolerância podem ser:
- Diarreia, que é o mais comum ou constipação
- Náuseas e, às vezes, vômito
- Dor ou desconforto abdominal
- Sensação de inchaço
A intensidade dos sintomas varia de acordo com cada paciente, a quantidade e a circunstância com que a lactose é ingerida. Para descobrir se o paciente possui intolerância à lactose, o médico deverá solicitar exames específicos que comprovam o diagnóstico.
De acordo com Dr. Lucas, ainda não existem tratamento para a intolerância, no entanto, pode-se acionar a enzimas lactase ao leite normal ou toma-las em forma de cápsulas e comprimidos mastigáveis. O médico deverá orientar qual é a melhor maneira de a enzima ser utilizada.
“Geralmente, a diminuição e remoção de produtos lácteos da dieta melhora os sintomas da intolerância. A maioria das pessoas com baixos níveis de lactase pode tolerar de 55 a 115 gramas de
leite de uma só vez (até meia xícara) sem ter sintomas. Porções maiores (225 gramas)
podem causar problemas para pessoas com deficiência de lactase”, informou o médico.
Alguns produtos lácteos podem ser mais fáceis de digerir por conterem menos lactose
do que o leite comum. No entanto, eles devem ser experimentados com cautela, já que
podem causar reações ainda assim. Veja alguns deles:
- Manteiga e queijos (eles têm menos lactose do que o leite).
- Produtos lácteos fermentados, como iogurte).
- Leite de cabra (deve ser ingerido juntamente com as refeições e suplementado
com aminoácidos essenciais e vitaminas se for oferecido a crianças).
- Sorvete, milk-shakes e queijos envelhecidos ou duros.
- Leite e produtos lácteos sem lactose.
- Leite de vaca tratado com lactase para crianças maiores e adultos.
- Fórmulas de soja para crianças com menos de dois anos.
Dr. Lucas ainda alerta que a ausência de leite na dieta pode levar à deficiência de cálcio, vitamina D, riboflavina e também de proteína. Por isso, é interessante que o paciente seja acompanhado pelo médico, a fim de que este seja tratado da melhor maneira possível.